domingo, 5 de junho de 2011

A Coerência Conceitual do livro de Miquéias

Jacobs, Mignon R.
The Conceptual Coherence of the Book of Micah 
Journal for the Study of the Old Testament: Supplement - Series 322

Revisão por Kenneth H. Cuffey
Christian Studies Center


A tese de Jacobs é a de que "a forma final do livro de Miquéias exibe uma coerência conceitual discernível através de sua estrutura e gerads por sua conceitualidade." (p. 11) Em contraste com pesquisas anteriores sobre o Livro de Miquéias e os livros proféticos em geral , que viu os textos como desconexos baseaoa na descoberta de inconsistência, Jacobs realiza uma análise sustentada do texto, para discernir a coerência conceitual do livro.

A parte I é intitulada "História e Método". Em sua revisão de pesquisas anteriores (Capítulo 1), ela narra e analisa as formas pelas quais os estudiosos têm visto a coerência ou a falta dela na forma final do texto. Houve uma mudança ao longo dos anos. Os estudiosos do final do século XIX até a primeira metade do XX estavam mais preocupados com as tradicionais questões histórico-críticas, enquanto que em décadas recentes as análises do livro tendem a se concentrar mais na unidade literária e coerência. Esta nova tendência coloca o desafio de definir coerência e analisar a conceitualidade do texto. Jacobs demonstra que os pressupostos dos autores sobre a conceptualidade do livro são determinantes para a forma como cada explica a estrutura do livro e da coerência. Ela fornece uma estrutura perceptiva para analisar as suas conclusões. Este capítulo é estimulante e faz uma contribuição original de uma forma que poucas histórias de pesquisa fazem. 
No capítulo 2, "preocupações metodológicas", Jacobs tem por objetivo alargar e aprofundar o trabalho de três pessoas que tentaram entender a natureza da coerência do Livro de Miquéias. Entre relatar os detalhes desses estudos no capítulo I e suas análises do seu trabalho neste capítulo, Jacobs edifica a sua fundação em JT Willis (“The Structure, Setting, and Interrelationships of the Pericopes in the Book of Micah”, dissertação de PhD. inédita, Vanderbilt University, 1996; ver também “The Structure of the Book of Micah,”
SEA 34 (1969), pp. 5-42.); D. G. Hagstrom (The Coherence of the Book of Micah: ALiterary Analysis. SBLDS, 89 Atlanta: Scholars Press, 1988, baseado na sua dissertação de 1982); and K. H. Cuffey (“The Coherence of Micah: A Review of the Proposals and a New Interpretation,” unpublished Ph.D. dissertation, Drew University, 1987, forthcoming in JSOTSup).


Jacobs dá muita atenção ao foco da questão e define os termos cruciais. Ela está especialmente preocupada com a natureza do conceitualismo, como a idéia geral de que é responsável por aquilo que é dito e controla a seleção e elaboração do texto (pp. 48-49). A estrutura conceitual gera a tese (a intenção da obra) e vai demonstrar-se por meio de características textuais visíveis, como as estruturas e conceitos. Nos diferentes níveis estruturais e unidades de um livro pode haver muitas conceituações. Nossa tarefa é discernir essas conceituações, a coerência que cada uma exibe, e suas inter-relações dentro do todo.


Coerência é a "interrelação conceitual das partes de uma obra". (P. 51) Coerência conceitual refere-se à "inter-relação das diversas conceituações na direção de uma conceitualidade global." (P. 49) Segundo Jacobs, o domínio adequado de coerência é a conceitualidade do todo, e não das unidades individuais. Devemos buscar o maior objetivo para o qual os elementos menores foram levados juntos. (P. 52) Jacobs toma os tipos de coerência sugerido por Cuffey (1987) - a articulação interna, a articulação estrutural, a perspectiva e o tema - e descreve-os como aspectos essenciais de um único fenômeno complexo, ao invés de diferentes tipos de coerência. Mais importante, ela liga a coerência temática com sua conceitualidade do texto. (P. 53)


Seu trabalho emprega "análise do conceito de crítica", que complementa tanto a crítica da forma quanto a crítica literária. Os objetivos do processo de crítica-conceitual incluem: 1) identificar as formas de texto existentes, 2) discernir os diferentes conceitos dentro do todo; 3) discernir as particularidades das conceitualidades do texto e 4) discernir a conceitualidade do texto, por discernimento entre o conceito que rege e os seus conceitos de apoio(Pp. 54-56).


Isto levanta a questão da terminologia. Jacobs usa um número de similares, embora sobrepostos, termos para discutir o fenômeno da coerência – coerência, coesão, tema, unidade, conceito, conceitualidade, estrutura conceitual, interrelacionamentos conceituais, crítica-conceitual, e coerência conceitual ( ver especialmente pg. 48-52).