quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Quente - arqueólogos decifram mais antiga inscrição hebraica


Contexto:
Khirbet Qeiyafa

"Este ano passado, o sítio anteriormente pouco conhecido de Kuttamuwa rendeu manchetes na Biblical Archaeological Review e ao redor do mundo. Durante as escavações neste sítio aninhado ao sopé da Judéia, entre Jerusalém e o litoral, os arqueólogos encontraram provas claras de uma bem-ordenada cidade fortificada que remonta ao início do século 10 a.C., no tempo do rei Davi. O que é mais, o sítio revelou um fragmento de cerâmica gravado com cinco linhas de texto que pode ser a mais antiga inscrição em hebraico nunca antes encontrado.


Enquanto o debate sobre quem e quando governou sobre Qeiyafa já se iniciou, há poucas dúvidas de que este sítio, que pode ter ficado ocupado por menos de 20 anos durante este período, continuará a revelar novos insights dramáticos do século 10 pouco conhecidos, nos próximos anos. Além do ostracon hebraico, as escavações já puseram a descoberto um maciço 13 pés de largura de uma muralha de forticicação casamata, bem como um monumental complexo de portões de quatro-câmaras. Estas fortificações sugerem claramente que Qeiyafa foi estrategicamente posicionado para defender a colina do país israelita contra a ameaça dos filisteus ao longo da costa."


Dr. Yosef Garfinkel
já dirigiu a escavação de numerosos lugares de todo Israel, incluindo o famoso sítio do Calcolítico Sh'ar Hagolan e, mais recentemente, Tel Tsaf. Desde 1994 ele tem atuado como curador do Museu Arqueológico no Kibutz Sha'ar Hagolan. Dr. Garfinkel escreveu mais de setenta artigos e noventa e livros, incluindo Dancing at the Dawn of Agriculture (Univ. of Texas Press, 2003) e Goddess of Sha’ar Hagolan (Israel Exploration Society, 2004)


O que, preliminarmente, podemos e não podemos inferir? Ele não pode ser usado para provar que textos bíblicos correspondentes ao período foram escritos por este tempo ou antes; nem serve para provar um reinado estruturado de Davi. 

Contudo, ela derruba alguns argumentos contrários; cai por terra hipóteses que versavam que não havia escrita estruturada em Israel de tempos tão remotos, nem mesmo reinados estruturados. Somente com muita vontade passional empedernida alguém pode negar que atividades de escribas em uma província periférica de Judá indica uma atividade mais complexa na própria Jerusalém. Temos agora um contexto para a atividade literária antiga, e o texto endossa o pano de fundo de uma sociedade estruturada, com o clientelismo tal qual retratado nas fontes primárias, em que os patronos de Israel poderiam traçar advertências e princípios que julgassem a legitimidade das reivindicações da hierarquia política e serem empáticos aos desafortunados, ainda que sem cutucar direta e explicitamente a estrutura em si.

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