sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Genes, Gênesis e Deus

Holmes Rolston III




Holmes Rolston desafia a ortodoxia da sociobiologia que naturaliza a ciência, a ética e religião. Ele argumenta que os processos genéticos não são cegos e egoístas, e que a natureza não é imoral. Argumenta que os fenômenos da religião não podem ser reduzidos aos fenômenos da biologia. Genes, Genesis and God investiga a alegação de que a ciência, a ética e a religião podem ser naturalizadas em uma análise da biodiversidade através da história evolutiva. Rolston procura articular como os valores são formados e transmitidos em ambas histórias, natural e cultural.

Analisando o universo dinâmico e o contínuo desenvolvimento da humanidade, Rolston argumenta que há duas explicações básicas para o progresso evolutivo: alguém pode inclinar-se para uma explicação científica ou uma explicação religiosa para a criação do universo e da humanidade, ou, Rolston acredita, pode-se encontrar uma terceira possibilidade que articula sobre a media entre as duas visões. Genes, Genesis and God analisa os domínios da ciência, ética e religião na história da evolução natural e história cultural. Rolston defende que todas as três áreas da ciência, ética e religião são essenciais para a compreensão da auto-identidade humana porque os humanos vivem em um mundo denominado por ambos, natureza e cultura.

Genes, Genesis and God é um inquérito que pretende analisar o indivíduo humano dentro da natureza e da cultura, com referência à ética como homens e mulheres vivem e fazem escolhas em um mundo carregado de valor. Rolston afirma que qualquer estudo de auto-identidade revela-se um estudo em uma de posição no mundo e dentro de uma cultura que atribui valores. Ele afirma: "A principal tarefa conceitual, aqui realizada, é relacionar a gênese cultural com a gênese natural." (p. xi) Ao investigar a espécie humana, no âmbito do desenvolvimento do mundo natural e ao desenvolvimento das culturas, este livro " é um esforço para localizar o ser humano, com sua genialidade, em sua gênese em natureza e cultura, num mundo carregado de valor. "(p. xiii)
Rolston começa sua investigação, perscrutando como a evolução das espécies é possível devido aos genes. No Capítulo 1, "Valores e Genética: Diversidade e Complexidade na História Natural" Rolston explora o mundo científico da genética e da história evolutiva por analisar dados científicos de milhões de anos que traçaram a evolução da diversidade e desenvolvimento da vida vegetal e animal na Terra e as recentes descobertas feitas durante o Projeto Genoma Humano. "Os gráficos que nós analisamos particularmente não se parecem com gráficos de genes... mantendo-se intactos; pois eles sugerem uma criativa ascendência da vida transmitida através de uma longa e contínua rotação de vários tipos, através de uma longa história que inclui o esforço em direção a formas mais diversas e mais complexas da vida."(34) Capítulo 2 "da identidade genética: Valores conservados e integrados", explica as formas complexas de genes que transmitem a informação desejada, olhando para os genes em organismos, famílias, comunidades e espécies dentro dos ecossistemas. Olhando para a transmissão de material genético, Rolston refuta a hipótese de "gene egoísta" tornada popular por Richard Dawkins.


"Os organismos inteiros podem competir com sucesso se as suas partes trabalham juntas, o que exclui genes egoístas o quão determinantes o papel da cultura e restrições genéticas podem circunscrever ou regular o comportamento humano e como a cultura não é indiferente à transmissão genética. Isto é claramente demonstrado pela análise do desenvolvimento da linguagem e das idéias nas culturas da raça humana. Os três últimos capítulos buscam explorar o modo como a ciência, a ética e a religião podem ser entendidas como tendo papéis semelhantes mas distintos na criação da auto-identidade humana. Rolston investiga a ciência, a ética e a religião pela naturalização (através da análise do contexto do desenvolvimento evolutivo), a socialização (por investigar o contexto cultural por inteiro), e valoração (articulando as contribuições singulares) cada qual para explicar como a ciência, a ética e a religião e a influenciam a identidade humana.
No Capítulo 4, "Ciência: naturalizada, socializada, valorada" Rolston explora o papel da ciência na geração e distribuição de valores e como o conhecimento humano da ciência está em constante evolução com base na evolução da humanidade. Comparando o desenvolvimento genético ao desenvolvimento científico Rolston afirma, "foram eliminadas milhares de mutações para cada uma agora codificada em nosso DNA. Nesse sentido, todo o empreendimento científico se move por lançar hipóteses à frente na vanguarda da experiência, por testes afins, e preservando apenas aquelas poucas que têm sucesso. "(170) capítulo 5:" Ética: naturalizada, socializada, valorada" investiga o desenvolvimento e evolução da ética e valores humanos. A espécie humana é comparada a outras espécies animais, como Rolston pesquisa no desenvolvimento da ética e da moral que surge de um mundo amoral natural.


Capítulo 6 "Religião: naturalizada, socializada, valorada", analisa o papel que a religião atua na auto-identidade humana, na cultura e do papel de Deus na criação e natureza. Rolston conclui: "Ao longo da história evolutiva, algo está acontecendo "por sobre" quaisquer e todos os locais e organismos individuais. Mais vem por sob, uma e outra vez. Uma explicação mais plausível é que, complementando a auto-organização, há um Terreno de Informação, ou um Ambiente de Informação, também conhecido como Deus." (59)

Heather McDivitt, University of Edinburgh

2 comentários:

  1. Teu blog tá muito bom cara!

    Grande abraço,

    Vitor

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  2. Muito obrigado, Vítor!

    Estou com pouco tempo para traduções, numa nova rotina de trabalho, viajando muito, e me estabilizando ainda na nova cidade. Mas creio que logo logo melhorará a frequência.

    Abração!

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